Futuro comandante-geral da Brigada Militar pretende coibir a prática do bico policial
Coronel Sérgio Roberto de Abreu participou do governo Olívio Dutra
Humberto Trezzi | humberto.trezzi@zerohora.com.br
Em uma de suas primeiras entrevistas após ser anunciado como futuro comandante-geral da Brigada Militar, o coronel Sérgio Roberto de Abreu, 50 anos, afirmou que não admitirá policiais militares trabalhando na segurança privada. O bico, como é popularmente conhecida a prática, será coibido pelo novo comando, que descartou atuações no Estado ao estilo das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Coronel Sérgio entrou na BM em 1980, mesmo ano em que terminou o curso de Direito na PUCRS. Está concluindo mestrado em Direito pela PUCRS, cursa doutorado em Direito pela Universidade de Barcelona e já se graduou em Gestão e Políticas Públicas. É também professor de Direito na Ulbra (campus de Torres) e em cursos de especialização em Segurança Pública na Fadisma (Santa Maria) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Sérgio atuou no Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Segurança Pública (SSP) durante o governo Olívio Dutra (1999-2002), ajudando a organizar cursos de formação integrada de policiais civis, militares e agentes penitenciários. Foi depois comandante da BM no Litoral Norte, em Alvorada, em Guaíba e trabalhou no Departamento de Ensino da BM. Hoje, comanda a BM na Fronteira Oeste, a partir de Santana do Livramento.
ENTREVISTA Coronel Sérgio Roberto de Abreu, futuro comandante-geral da BM
Zero Hora – O senhor é um acadêmico, basta ver seu currículo. O senhor pode ser definido como um intelectual? Continuará lecionando?
Coronel Sérgio de Abreu – Tive de dar um tempo nos últimos seis meses nas aulas em Torres, em licença, em função de estar trabalhando na Fronteira. Agora, com a decisão do governador de me confirmar comandante, terei de reavaliar o projeto pessoal. O mestrado está praticamente concluído, mas o doutorado, em fase inicial, vou tentar compatibilizar.
ZH – Qual sua linha? Enio Bacci, Paulo Roberto Mendes, Nilson Bueno, João Carlos Trindade?
Sérgio – Sem nomes. Sou a favor de gestão completa da segurança, em cima de um binômio: eficiência, mediante qualificação e capacitação tecnológica, e respeito ao cidadão e aos direitos das pessoas. Sem isso, não há valor.
ZH – Como vê a controversa questão do bico, tem alguma proposta?
Sérgio – O ideal é não haver segundo emprego do policial. Que a remuneração seja suficiente... PM agindo em segurança privada será coibido. Tentaremos melhorar etapas de alimentação e horas-extras. Alguns países toleram o bico, via convênio com a iniciativa privada. O Uruguai, por exemplo. Não temos previsão de fazer isso.
Leia a entrevista completa na Zero Hora desta segunda-feira
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