Segurança | 13/11/2010 | 17h53min
Os 10 desafios de Tarso na segurança
Solução à falta de 12 mil vagas nos presídios é uma das principais urgências do governo
José Luís Costa | joseluis.costa@zerohora.com.br
Com a expectativa de transformar a área em uma das vitrinas de sua gestão, o governador eleito terá um árduo trabalho. A solução à falta de 12 mil vagas nos presídios é uma das principais urgências, mas está longe de ser a única. Homicídios, tráfico e o salário de policiais também exigirão atenção, avaliam especialistas.
Quando se acomodar em seu gabinete no Palácio Piratini para o primeiro dia de trabalho, em janeiro, o governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, encontrará sobre a mesa uma pilha de problemas da segurança a resolver.
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Para autoridades e especialistas ouvidos por Zero Hora, a questão prisional promete ser o principal desafio do setor para os próximos quatro anos.
– A regularização da situação dos presídios teria impacto significativo na segurança pública. Precisa funcionar, pelo menos, como outros serviços prestados pelo Estado – observa o promotor Gilmar Bortolotto, da Comissão de Fiscalização de Presídios do Ministério Público.
Em torno das prisões, está encadeada uma série de questões que exigirá intensos esforços do novo governo petista. O sistema está à beira do colapso. As cadeias superlotadas somam um déficit de 12 mil vagas, e o Presídio Central de Porto Alegre é considerado o pior do país. O número de agentes não chega a metade do ideal, um batalhão completo de PMs está dentro dos presídios, em desvio de função, e construções de novas penitenciárias estão embargadas pelo Tribunal de Contas do Estado por falta de licitação. Para completar o quadro, presos ordenam crimes via celular e outros fogem quando querem de albergues.
Tarso e seu secretário de segurança – entre os cotados, estão o superintendente da Polícia Federal, Ildo Gasparetto, e o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Airton Michels – também terão de trabalhar para seguir no mesmo embalo da contratação de servidores, administrar aposentadorias e negociar reajustes, continuar baixando os índices de furtos e roubos, e sufocar o tráfico, sobretudo o avanço do crack.
O consultor em segurança José Vicente da Silva lembra de um outro desafio não menos importante: estancar o crescimento dos homicídios e dos latrocínios (roubo seguido de morte). Para ele, é possível, sim, com medidas inteligentes, debelar os assassinatos.
– Homícidio é como inflação. A taxa aceitável tem de ser de apenas um dígito – define.
O sociólogo Juan Mario Fandino, professor do Núcleo de Pesquisa sobre Violência da UFRGS, elenca outro desafio fundamental na tentativa de derrubar os índices de criminalidade: o tráfico de drogas, que está por trás de uma série de outras práticas violentas.
– O desafio é monumental, mas se conseguisse vencê-lo seria uma vitória sem precedentes – observa.
Ao lado, ZH identifica, com a ajuda de especialistas, 10 dos principais temas que estarão presentes na pauta do novo governador a partir de 1º de janeiro.
ZERO HORA
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