Política 17/12/2009 02h53min
Piratini vê apoio minguar
Pelo segundo dia, parlamentares de partidos aliados ao governo dificultam a aprovação de mudanças para a Brigada Militar
Paulo Germano paulo.germano@zerohora.com.br
Abandonado por parte da base aliada, o governo vê os pacotes do funcionalismo naufragarem dia após dia. Na sessão de ontem, na Assembleia, o Piratini safou-se por um triz de uma derrota definitiva.
Hoje, os projetos para a Brigada Militar voltam a plenário, mas a possibilidade de o Executivo perder a batalha permanece. Em relação ao pacote do magistério, até os mais otimistas no governo já o encaram como missão impossível.
Pelo menos sete deputados aliados expõem aberta contrariedade aos projetos – e a lista deve crescer. A proximidade de um ano eleitoral assusta os parlamentares, temerosos do desgaste que sofreriam diante de milhares de professores e policiais.
A exemplo de terça-feira, ontem o governo pediu retirada de quórum aos aliados, que se preparavam para apreciar o pacote da BM. Não foi ouvido por representantes de quatro bancadas. A consequência explicitou a fragilidade da base governista: se mais um único parlamentar topasse votar, o quórum atingiria 28 deputados, e a proposta do Piratini seria derrubada.
– Não me manifestei antes porque meu partido pediu. Mas sempre defendi militares e professores motivados – disse Mano Changes (PP), engordando a relação de aliados dissidentes.
Mesmo deputados que acataram a orientação, abstendo-se de votar, reprovam os projetos da forma como estão. Embora acuado, o Piratini sustenta já ter feito o que pôde.
– Mexer mais ainda nos projetos? Isso não existe. O perfil do nosso governo é evitar o passo maior do que as pernas – afirma o vice-líder do governo na Assembleia, deputado Coffy Rodrigues (PSDB).
Governadora se mostrou surpresa com a reação
Coffy e o líder, Pedro Westphalen (PP), assumem que a falta de apoio obrigaria a retirada da urgência dos projetos envolvendo o magistério, que devem ser apreciados só em 2010. O maior desafio do Piratini é reverter a situação na bancada do PMDB, a maior entre as aliadas junto à do PP. Entre os nove peemedebistas na Casa, quatro já estão dispostos a derrubar tudo, da Brigada ao magistério.
Um deles é Álvaro Boessio, insistindo que “o governo não sinalizou com nada para ajudar as categorias”. Alberto Oliveira, do mesmo partido, tem retirado o quórum, mas insiste que gostaria de alterar as propostas. No PSDB, Nelson Marchezan Jr. defende os pacotes, mas critica o Piratini:
– O governo apresenta bons projetos, mas chega de salto para dialogar e acaba saindo da Assembleia de chinelo de dedos.
Em um encontro com jornalistas, ontem, a governadora Yeda Crusius disse não acreditar na reação dos deputados que se manifestam contrários aos pacotes. Tachou a postura de “reação ao aumento para os que ganham menos”.
O pacote da Brigada retorna ao plenário hoje, e os governistas devem novamente bater em retirada, evitando quórum. Segundo Westphalen, a ideia é convencer os aliados até terça-feira, quando ocorre a última sessão antes do recesso na Assembleia. Caso a votação seja novamente adiada, o pacote da Brigada – que não pode ter o regime de urgência retirado – retorna à votação em fevereiro, quando a Casa retoma os trabalhos.
Quem ganha e quem perde
GOVERNO
- Se conseguir aprovar os pacotes para os brigadianos e o magistério, o Piratini terá obtido uma vitória importante. Por mais que as entidades sindicais rejeitem os projetos de reajuste, o governo sustenta que está oferecendo o máximo que as finanças permitem.
- Se os pacotes forem rejeitados ou o governo retirar o caráter de urgência – no caso do magistério –, tentará empurrar para as entidades sindicais e para a oposição o ônus de nenhum servidor ganhar aumento em 2010.
SINDICATOS
- Caso a Assembleia rejeite os pacotes ou o governo retire o caráter de urgência dos projetos do magistério, as entidades sindicais terão obtido uma vitória política. O Cpers sustenta que o plano de carreira dos professores estará preservado de mudanças que considera prejudiciais aos professores.
FUNCIONALISMO
- É quem mais tem a perder. A única perspectiva de professores e brigadianos terem algum tipo de aumento neste governo é com a aprovação dos projetos que estão na Assembleia. Na há nenhum indicativo por parte do Piratini de que em 2010 concederá outro tipo de reajuste salarial.
DEPUTADOS
- Costumam ser sensíveis aos apelos dos servidores. Só devem aprovar os projetos do governo os parlamentares menos comprometidos com o funcionalismo.
Parlamentares governistas se uniram aos colegas de oposição
Foto:Mauro Vieira
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Paulo Germano paulo.germano@zerohora.com.br
Abandonado por parte da base aliada, o governo vê os pacotes do funcionalismo naufragarem dia após dia. Na sessão de ontem, na Assembleia, o Piratini safou-se por um triz de uma derrota definitiva.
Hoje, os projetos para a Brigada Militar voltam a plenário, mas a possibilidade de o Executivo perder a batalha permanece. Em relação ao pacote do magistério, até os mais otimistas no governo já o encaram como missão impossível.
Pelo menos sete deputados aliados expõem aberta contrariedade aos projetos – e a lista deve crescer. A proximidade de um ano eleitoral assusta os parlamentares, temerosos do desgaste que sofreriam diante de milhares de professores e policiais.
A exemplo de terça-feira, ontem o governo pediu retirada de quórum aos aliados, que se preparavam para apreciar o pacote da BM. Não foi ouvido por representantes de quatro bancadas. A consequência explicitou a fragilidade da base governista: se mais um único parlamentar topasse votar, o quórum atingiria 28 deputados, e a proposta do Piratini seria derrubada.
– Não me manifestei antes porque meu partido pediu. Mas sempre defendi militares e professores motivados – disse Mano Changes (PP), engordando a relação de aliados dissidentes.
Mesmo deputados que acataram a orientação, abstendo-se de votar, reprovam os projetos da forma como estão. Embora acuado, o Piratini sustenta já ter feito o que pôde.
– Mexer mais ainda nos projetos? Isso não existe. O perfil do nosso governo é evitar o passo maior do que as pernas – afirma o vice-líder do governo na Assembleia, deputado Coffy Rodrigues (PSDB).
Governadora se mostrou surpresa com a reação
Coffy e o líder, Pedro Westphalen (PP), assumem que a falta de apoio obrigaria a retirada da urgência dos projetos envolvendo o magistério, que devem ser apreciados só em 2010. O maior desafio do Piratini é reverter a situação na bancada do PMDB, a maior entre as aliadas junto à do PP. Entre os nove peemedebistas na Casa, quatro já estão dispostos a derrubar tudo, da Brigada ao magistério.
Um deles é Álvaro Boessio, insistindo que “o governo não sinalizou com nada para ajudar as categorias”. Alberto Oliveira, do mesmo partido, tem retirado o quórum, mas insiste que gostaria de alterar as propostas. No PSDB, Nelson Marchezan Jr. defende os pacotes, mas critica o Piratini:
– O governo apresenta bons projetos, mas chega de salto para dialogar e acaba saindo da Assembleia de chinelo de dedos.
Em um encontro com jornalistas, ontem, a governadora Yeda Crusius disse não acreditar na reação dos deputados que se manifestam contrários aos pacotes. Tachou a postura de “reação ao aumento para os que ganham menos”.
O pacote da Brigada retorna ao plenário hoje, e os governistas devem novamente bater em retirada, evitando quórum. Segundo Westphalen, a ideia é convencer os aliados até terça-feira, quando ocorre a última sessão antes do recesso na Assembleia. Caso a votação seja novamente adiada, o pacote da Brigada – que não pode ter o regime de urgência retirado – retorna à votação em fevereiro, quando a Casa retoma os trabalhos.
Quem ganha e quem perde
GOVERNO
- Se conseguir aprovar os pacotes para os brigadianos e o magistério, o Piratini terá obtido uma vitória importante. Por mais que as entidades sindicais rejeitem os projetos de reajuste, o governo sustenta que está oferecendo o máximo que as finanças permitem.
- Se os pacotes forem rejeitados ou o governo retirar o caráter de urgência – no caso do magistério –, tentará empurrar para as entidades sindicais e para a oposição o ônus de nenhum servidor ganhar aumento em 2010.
SINDICATOS
- Caso a Assembleia rejeite os pacotes ou o governo retire o caráter de urgência dos projetos do magistério, as entidades sindicais terão obtido uma vitória política. O Cpers sustenta que o plano de carreira dos professores estará preservado de mudanças que considera prejudiciais aos professores.
FUNCIONALISMO
- É quem mais tem a perder. A única perspectiva de professores e brigadianos terem algum tipo de aumento neste governo é com a aprovação dos projetos que estão na Assembleia. Na há nenhum indicativo por parte do Piratini de que em 2010 concederá outro tipo de reajuste salarial.
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Vamos continuar mobilizados - anotem os deputados que não apoiam nossos projetos.
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