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sábado, 28 de março de 2009

E- MAIL RECEBIDOS DO DIRETOR GERAL DA ABAMF -

Brasil em Xeque
Crise na PM

Por Daniel Santini daniel.santini@folhauniversal.com.br A situação da Polícia Militar é gravíssima em diversos Estados, problema que se reflete nos baixos salários da tropa. A questão é, especialmente, delicada no Rio de Janeiro, onde o expediente de empregos extras, nas folgas, se institucionalizou e, em meio ao suposto descaso com o trabalho público, grupos privados de segurança, as milícias, ganharam espaço e o controle de parte do território. É neste contexto que o coronel Ronaldo Antonio de Menezes, um oficial de 54 anos vindo de uma família de policiais, escreveu artigo cobrando providências do Governo. Fundamentou as críticas em uma cuidadosa análise sobre os problemas do Estado e procurou demonstrar como a questão dos salários está diretamente relacionada ao desinteresse da tropa no serviço público, e, desta forma, ao surgimento de grupos paramilitares privados. Escreveu que soldados sobrecarregados e mal valorizados são um risco para a sociedade, cobrou o retorno às ruas dos 2.300 policiais que estão à disposição de outros órgãos e alertou para o perigo de a população terminar refém das milícias formadas em substituição ao Estado. O texto foi publicado no blog do coronel Ricardo Paúl, ex-corregedor da corporação, em 15 de maio de 2008. O coronel Menezes acabou preso, na semana retrasada, sob acusação de ter “transgredido a disciplina militar”.A tentativa de reprimir o protesto revelou-se desastrada. Em vez de silenciar as críticas, a atitude fez com que os problemas voltassem a ganhar destaque nos jornais e agravou o clima de insatisfação, desencadeando mais uma dezena de artigos de oficiais. A pressão por mais salários vem desde abril de 2007, quando o grupo de coronéis conhecidos como Barbonos, referência ao antigo nome da rua onde está o quartel-general da PM, passou a criticar publicamente o governador Sérgio Cabral (PMDB). Na ocasião, por não calar os insatisfeitos, o coronel Ubiratan Araújo, então comandante geral, acabou afastado. Hoje, secretário municipal de Ordem Pública de Búzios, o oficial demonstra indignação ao falar da prisão do colega. “Ele foi preso dias antes de completar 35 anos de PM sem nunca ter tido punições. É um policial respeitado, filho de capitão da PM e pai de um tenente e de um aspirante. A família ama, respira a PM”, resume. “A punição causou comoção nacional. A questão deixou de ser apenas interna. O coronel manifestou um pensamento com dignidade e não faltou com a verdade. Os policiais, hoje, buscam complementar o salário para dar um padrão de vida razoável para a família”, afirma o coronel Araújo. Em termos de salários para soldados iniciantes, aliás, o Rio de Janeiro só fica à frente do Rio Grande do Sul, no Brasil todo. De acordo com levantamento da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), entidade que representa os policiais da Brigada Militar, a PM do Rio Grande do Sul, enquanto um policial carioca novato ganha R$ 1.037,49, um gaúcho fica com R$ 966,20. “É exatamente como no Rio. Cerca de 90% dos sargentos, cabos e soldados fazem bicos. O pessoal tem dois ou três empregos, acaba passando mais tempo em atividades paralelas do que na corporação. E não são só os praças, os veteranos também trabalham e todos os comandantes sabem”, diz Ricardo Agra, diretor da Abamf, que considera absurda a prisão do coronel carioca. “Ele não deveria ser punido. É uma afronta à democracia. As polícias militares têm que entender que estamos em um novo contexto político e social no País. Punir uma pessoa porque ela disse a verdade, é um descaso com a democracia. A instituição precisa se modernizar, não pode mais ficar arcaica”, completa Agra.
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Não à generalização O bacharel Pedro Cardoso da Costa, em recente artigo publicado no dia 30 de julho, utilizando-se de alguns casos isolados e em apuração pelo Poder Judiciário, usou termos para chamar de maneira generalizada os trabalhadores policiais de “bandidos e bárbaros”. Sabe o eminente advogado que a Constituição Federal assegura a todos, independentemente de cor, sexo, classe social ou profissão, o sagrado direito de defesa e ao contraditório. Não posso conceber que alguém queira generalizar fatos ou acontecimentos pelo simples motivo de tentar vender uma imagem que venha a ferir as pessoas trabalhadoras que integram a instituição policial. Fazer isso é negar que milhares de pessoas são salvas pela intervenção policial, que crianças vieram ao mundo pelas mãos desses profissionais, que muitas mães tiveram seus filhos de volta ao aconchego porque os PMs lhes dão proteção como um anjo da guarda. Ser policial é viver diuturnamente desejando a todos paz e força para uma vida melhor, evitando conflitos e preservando vidas e o patrimônio das pessoas de bem. Os trabalhadores fardados, homens e mulheres, desejam ser recompensados com melhores salários, condições de trabalho e fundamentalmente pelo respeito das pessoas de bem. O que jamais queremos e não aceitaremos é a generalização, como escreveu o autor do artigo. Somos policiais com muita honra e altivez e estaremos sempre junto à sociedade, vencendo até mesmo a avareza de alguns vendedores de imagem. Ricardo Agra/Secretário Geral da Associação dos Servidores de Nível Médio da BM (ABAMF/BM)
SÃO AS COLABORAÇÕES DO DIRETOR GERAL DA ABAMF - COLEGA AGRA

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