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domingo, 30 de maio de 2010

IMPUNIDADE, NO IMAGINÁRIO BRASILEIRO- AQUI RELACIONADO AOS MENORES INFRATORES -

Impunidade, no imaginário brasileiro, costuma ser vinculada a menores infratores.
Oscar Bessi Filho
Fonte: Correio do Povo
Não dá nada?

Impunidade, no imaginário brasileiro, costuma ser vinculada a menores infratores. Tá, e a alguns políticos. Puro preconceito. Estamos evoluindo. Já tivemos até governador preso. Quanto à garotada, é mera questão cultural. Jeito de ver. Um quinto da nossa população carcerária é adolescente. Há medidas socioeducativas previstas, recuperativas, considerando que são indivíduos em formação. Se não funcionam, o furo é mais embaixo. Ou mais em cima. O problema é que gostamos de castigo físico e grades. Somos vingadores naturais. Não deixamos barato. Mesmo que o barato saia mais caro e não resolva nada, só piore. Queremos dar o troco. Sofremos? Alguém precisa pagar por isso. E ficamos satisfeitos.

Esta semana, um drama deixou os gaúchos boquiabertos. O menino de 5 anos que morreu numa capotagem. Sabemos, somos o quinto país no mundo em mortes no trânsito e crianças são vítimas a todo instante nesta guerra. Perdemos quase meio milhão de pessoas em pouco mais de uma década nos acidentes. Metade sequer estava, tinha, ou sabia conduzir veículo. O chocante, neste fato, é que outro menino, de 15 anos, estava ao volante. Com adulto junto.

Nossa juventude se mata todos os dias. Menores traficam, viciam, violentam e agridem outros menores. Fratricidas precoces. Enquanto adultos permitem ou até incentivam. Vai, não dá nada, dizem. É menor. E menor pode. Eis o mal. A cada crime cometido por criança ou adolescente, há um adulto, ou mais, por trás. Por ação ou omissão. Dia desses um amigo narrou, espantado, como o filho dirigiu um daqueles carrinhos de supermercado para os pequenos brincarem. Entre prateleiras de guloseimas e brinquedos, queria acelerar, correr, buzinar e gritar palavrões aos outros. Perguntou o que motiva um menino de 4 anos a agir assim. Simples. É como ele, pai, dirige. Na frente do filho.

A cada tragédia, vem à pauta a discussão da maioridade penal. E se pensa em mexer no ECA, no código de trânsito, criar mais multas, pedágios, impostos, leis, presídios, cadeira elétrica. Certo, regras e punições devem ser adaptáveis à realidade. Mas o que está banal demais é a falta do exemplo e a irresponsabilidade. O caos educacional. É preciso que se recupere a família e seu papel. Seus valores. O respeito ao humano. Educação, como segurança, exige participação de todos. Só a escola não segura a peteca, ou remenda o que vem retalhado de casa. Nem Conselho Tutelar, Polícia ou cadeia. A impunidade nasce no berço. Não dá nada? Dá. Não educamos. Então perdemos nossos filhos, diariamente. E eles perdem o amanhã.
Oscar Bessi Filho é capitão da BM e escritor, pós-graduado em Psicologia Organizacional e autor de seis livros. Vice-presidente da Ages (Associação Gaúcha de Escritores) na gestão 2008/2009. Serviu em Porto Alegre, Alvorada, Canoas, Montenegro e Estrela. Atualmente comanda o policiamento ostensivo em São Sebastião do Caí.
Notícia Postada em 30/05/2010 por: >Portal ASSTBM








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