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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

ARMAS NÃO LETAIS

Força Nacional de Segurança começa a treinar com armas não-letais
Arma será usada no Fórum Social Mundial e gera polêmicas.Entidades temem o mau uso do equipamento no país.
Do G1, com informações do Fantástico

Integrantes da Força Nacional de Segurança são treinados, desde a última sexta-feira (16), para o uso de uma arma não-letal. O equipamento que dá choque, também chamada de taser, pode substituir, em muitos casos, as armas de fogo. Com apenas um disparo a pessoa perde o controle do corpo, o que é suficiente para a polícia agir.

Veja o site do Fantástico É a arma que será usada no Fórum Social Mundial - um modelo grande, todo na cor amarela, para ficar diferente de uma arma de fogo. A arma pode ser encostada na pessoa ou usada à distância. Nesse caso, fios que podem ter mais de dez metros de comprimento ligam os dardos à arma. Segundo o fabricante, ela emite um impulso elétrico muito menor do que se colocássemos o dedo em uma tomada. Ao ser disparada, a arma emite as chamadas ondas T, que são idênticas às ondas que o cérebro manda para controlar nossos movimentos. A descarga toma o lugar da comunicação entre cérebro e corpo, deixando a pessoa incapaz de comandar os músculos. O risco de a arma ser usada mais tempo do que o necessário é um dos argumentos dos que criticam esses equipamentos. Nos Estado Unidos, 43 estados aprovaram a adoção da arma de choque pela polícia e já houve muitos casos polêmicos. Há um ano e meio, em uma palestra do ex-candidato à presidência dos Estados Unidos John Kerry, na Universidade da Flórida, um estudante protestou, porque não conseguia fazer uma pergunta. Foi cercado por policiais e dominado com o uso da arma. Dava para ouvir os gritos e o som da descarga. King Downing é coordenador nacional da Associação pelos Direitos Civis nos Estados Unidos e acusa: as armas de choque estão sendo mal usadas pela polícia. "Já tivemos um caso de um aluno de 11 anos de idade, em que a polícia foi acionada, porque ele estava arrastando a carteira e chamando a atenção. Por que os policiais precisam usar uma arma de choque para controlar uma criança?", diz. Segundo a Anistia Internacional, 334 pessoas morreram depois de atingidas pela arma. O americano Ronald Hasse sofreu um disparo de 57 segundos e está nessa lista. Hasse estava drogado. A organização pede mais estudos sobre o impacto da arma em pessoas sob efeito de medicamentos ou drogas, ou com problemas cardíacos. O Instituto do Coração de São Paulo avaliou testes feitos pela polícia em quase 600 voluntários e não encontrou nenhum dano cardíaco. Mas alerta que esses estudos não reproduzem a situação real de uma ação policial. "A população que recebe esse tipo de contenção são pessoas que estão muito mais agitadas, que estão sob efeito de narcótico ou de álcool. Então, essas pessoas podem ter diferentes tipos de sintomas ou resultados em relação a essa outra população", afirma Sérgio Timerman, diretor do Instituto do Coração - São Paulo. O desembargador Walter Maierovitch, que já foi secretário nacional Antidrogas, é um dos que temem o mau uso da arma. "A polícia brasileira já se demonstrou despreparada em várias oportunidades com resultados trágicos. Há necessidade de treinamento, acompanhamento nas operações sempre por um oficial superior", acredita. Os defensores do equipamento dizem exatamente que ele evita mortes desnecessárias durante ações policiais. O secretário nacional de Segurança, Ricardo Balestreri, foi presidente da Anistia Internacional no Brasil e explica por que o governo federal decidiu adotar as armas de choque. "Em um milhão de tiros, se 300 pessoas, na pior das hipóteses, tivessem morrido, o que dificilmente acredito, com os tiros da taser, nós ainda assim teríamos uma fantástica redução de dano, uma fantástica preservação de vidas, e ela estaria, portanto, plenamente justificada do ponto de vista moral como arma de preservação da vida e dos direitos humanos".
RETIRADO DO O GLOBO

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